11.12.07

tenho uma saia...





Tenho uma saia vermelha. Tenho uma saia rodada, vermelha, e escondo-me atrás de um lençol pendurado a secar ao vento. Corres atrás de mim e não me vês. Rio com guinchos de menina entremeados, fujo com um sorriso maior que o sol quando julgo que me vais apanhar. Não me apanhas, pai, não me apanhas. Pai? Vem apanhar-me! Onde estás, pai?
O lençol ondula, abandonado, acariciado pelo mesmo vento que leva as nuvens a passear no céu acima de mim.

excerto do conto "Mortificação".

3.12.07

deixas rasto...

com sabor a metal e a luz nos dias de abandono atroz. efeitos impróprios. um rasto intenso. inodoro, cinzento, vibrante. como uma lâmina. al berto tropeça no caminho. lambe uma ferida.